5 Gigantes que não inovaram.
Estudo de CasoConheça 5 negócios gigantes que QUEBRARAM por não inovar. Não cometa esses erros ao empreender.
Kodak, Xerox, Blockbuster, Yahoo e Blackberry foram líderes de seus segmentos e acabaram quebrando por não conseguir competir com produtos ou serviços inovadores produzidos pela concorrência. Mas será que elas de fato falharam no processo de inovação? Ou será que nossa visão olhando em retrospectiva não acaba sendo muito superficial sobre a forma que tudo ocorreu?
Inovar tem uma série de significados como, explorar com sucesso novas ideias; ou modificar antigos costumes, manias, processos, renovar. Pode ser fazer algo novo ou já conhecido, mas de uma forma diferente e mais eficiente; ou utilizar melhor as capacidades dos recursos de uma empresa para criar valor.
A sociedade sempre evoluiu, mas antes isso era feito de forma mais cadenciada. Agora, com as tecnologias mudando exponencialmente a cada dia, a inovação se tornou mandatória para as empresas. Além de se ter cultura e estratégias de inovação, é necessário também abandonar as práticas que deram certo anteriormente, sem achar que o que deu certo ontem, vai continuar dando pra sempre.
Kodak
A Kodak, clássica empresa americana nascida em 1888, ao longo de sua história, não economizou na contratação de pesquisadores e cientistas, revolucionou o mercado de fotografias, mas com medo de perder a sua principal fonte de lucros, falhou ao querer manter o controle que ela tinha de toda a cadeia de fotografias.
Você acredita que a Kodak desenvolveu a primeira câmera digital? Naquele momento, eles provavelmente perceberam que o mercado de filmes iria diminuir. Contudo, com medo de perder o seu mercado já consolidado de filmes, a Kodak relutou no lançamento do produto digital e acabou pagando o preço posteriormente.
A Kodak tinha a inovação no seu DNA. A empresa foi responsável por popularizar a fotografia para amadores, e mais tarde revolucionou o meio digital. Foram muitos anos de sucesso, com a invenção do processo básico da fotografia moderna, passando pelo filme fotográfico, a primeira câmera portátil, as câmeras instantâneas estilo Polaroid até chegar à câmera digital. Aliás, embora ela não tenha conseguido fazer tanto sucesso com sua câmera digital EasyShare, ela ganhou dinheiro com a sua patente até 2007 quando o registro expirou.
Agora, poucos anos depois vemos como seria inevitável essa revolução, mas a Kodak na época não conseguiu abrir mão do produto que estava dando certo e amargou o insucesso da empresa.
Xerox
A Xerox criou uma tecnologia revolucionária, que permitia fazer cópias de documentos ou imagens sem ter que reproduzir o processo de criação do original, tudo isso utilizando uma técnica conhecida por eletro fotografia, que se popularizou como xerox.
Inicialmente, a invenção era tão revolucionária que levou dez anos para achar alguém interessado em produzir os equipamentos em larga escala. Ao longo dos anos de glória foram lançados diversos modelos: automáticos, rápidos, econômicos, compactos, coloridos.
A empresa investiu na compra de pequenas empresas para oferecer mais funcionalidades aos seus produtos e inaugurou um enorme centro de pesquisas que se tornou um dos mais importantes da história da tecnologia. Nesse centro surgiram muitas invenções, como o computador pessoal, a interface gráfica de usuário e o mouse, mas a Xerox não entendeu o potencial de suas descobertas e essas invenções acabaram alavancando a Apple e não Xerox.
A empresa simplesmente não investiu nas novas tecnologias que ela mesma desenvolveu, considerando por exemplo o seu computador caro e lento demais, e seguiu investindo apenas nas copiadoras. Mas no final da década de 70 ela foi obrigada por órgãos reguladores a licenciar algumas de suas patentes e com isso perdeu parte do seu mercado para a concorrência. Mais tarde, outra novidade foi menosprezada pela Xerox, as impressoras.
E assim, a empresa falhou na inovação, abandonou novas tecnologias pelo caminho, não entendeu que não poderia ficar eternamente ofertando a mesma tecnologia, teve problemas com fraudes, manobras fiscais e não voltou mais a ser a gigante que já foi no passado.
Yahoo
O Yahoo começou como uma lista de site de amigos na faculdade e em pouco tempo já tinha tantas consultas diárias que recebeu um investimento inicial de 1 milhão de dólares, e não parou por aí. Um ano depois o seu IPO rendeu mais de 30 vezes o valor do investimento que havia recebido.
A empresa desenvolveu motor de busca, e-mail, Messenger, grupos, notícias, rádio e outros serviços na internet para consumidores e empresas. Contudo, em 1997, o Yahoo não fechou uma negociação com dois engenheiros, Sergey Brin e Larry Page, que ofertaram um sistema de busca que indexava os resultados a partir de uma série de categorias.
A negociação não foi fechada porque o Yahoo desejava que os usuários passassem mais tempo na própria página e não queria direcioná-los para outras páginas. Então, Sergey e Larry simplesmente fundaram a Google. Em 2002, a Yahoo tentou comprar o Google após reconhecer que as coisas não iam bem, mas a oferta foi recusada.
A partir daí, as coisas não foram bem mesmo. No começo dos anos 2000 a empresa valia 125 bilhões de dólares, em 2008 a Microsoft tentou comprá-la por apenas 44,6 bilhões. E nada melhorava, foram problemas de segurança, más ideia de administradores e no final, em 2017, o Yahoo acabou vendido para a Verizon por apenas 5 bilhões. Perdeu a maior parte do seu valor de mercado por não investir em um sistema que havia sido ofertado poucos anos antes.
Blockbuster
A Blockbuster foi a maior rede de locadora de vídeos de filmes e videogames do mundo. A empresa nasceu em 1985 e rapidamente tornou-se uma empresa de sucesso, incorporou outras rivais e se espalhou pelo mundo. Em 2007, já tinha 8 mil lojas e mais 70 milhões de associados distribuídos em 26 países. E apenas 3 anos depois, em 2010, a empresa pediu concordata e foi vendida em um leilão de falência em Nova York.
O fim da empresa foi inevitável diante dos novos concorrentes no mercado, Netflix e iTunes. Contudo, no ano 2000, a Netflix que dependia do serviço postal para envio dos DVDs e estava perdendo dinheiro, ofereceu o serviço à Blockbuster por 50 milhões de dólares, mas o CEO da empresa riu da proposta, achou muito caro e recusou a parceria. Ele disse na época não confiar no negócio, a bolha da Internet havia acabado de estourar e a Blockbuster está em pleno crescimento, havia levantado 465 milhões no seu IPO.
Vale ressaltar que a BlockBuster não ignorou totalmente o crescimento do digital. Eles chegaram a lançar uma plataforma online chamada Total Access, mas seus investidores não gostaram dos custos associados ao programa e os franqueados estavam cautelosos sobre a ameaça aos seus negócios.
O resultado foi que no ano em que a última loja da Blockbuster foi fechada a Netflix atingiu o valor de mercado de 158 bilhões de dólares. A empresa que amargava prejuízos 20 anos atrás foi a responsável pela queda das locadoras com a oferta do serviço de streaming de filmes e séries no mundo. Ironicamente, o documentário “The Last Blockbuster” foi lançado no catálogo da Netflix.
Blackberry
A Blackberry é uma empresa canadense, inicialmente foi chamada de RIM, que trouxe diversos produtos de qualidade para o mercado, como terminais e serviços de conexão sem fio, equipamentos para indústria cinematográfica, pagers, até chegar no Blackberry que foi por muitos anos referência em smartphones com foco no mercado corporativo com funções que permitiam o trabalho de qualquer lugar.
A empresa foi pioneira no uso de aplicativos, conectividade e troca de mensagens. O objetivo da empresa não era concorrer no mercado de celulares que na época era dominado por gigantes como Nokia e Motorola, então a empresa resolveu focar no setor corporativo. Foram diversos modelos que incorporaram calculadora, agenda, um sistema de dicionário com aprendizado inteligente, câmera fotográfica.
Contudo, em 2007, a Apple lançou o iPhone e em 2008 foi a vez do Android. A Blackberry ainda dominou o mercado até 2010, mas após uma série de erros como o touchscreen que não foi bem utilizado, a loja virtual muito inferior a concorrência e por fim, uma falha no serviço em 2011 que acabou com a confiança do consumidor, a empresa perdeu a liderança do mercado. As tentativas seguintes de novos produtos não foram bem sucedidas e a empresa deixou o mercado de smartphones e desde então tem focado no mercado de softwares e serviços, mas como uma empresa discreta bem diferente do passado.

E o que podemos aprender com todos esses casos? Bom, em primeiro lugar, que inovar não é uma tarefa fácil justamente pois envolve apostar numa tendência ainda não consolidada. Para uma startup, essa aposta pode ser muito simples, mas isso não é o mesmo caso de grandes empresas. Para essas, apostar em algo inovador pode ser destruir seu próprio mercado, como a Kodak, enfrentar a fúria de investidores e franqueados, como a Blockbuster, ou mesmo sair demais da sua habilidade principal, como a Xerox.
Por outro lado, ficar parado e apostar que seu mercado atual vai ser para sempre igual é a receita do fracasso. Temos grandes casos como Amazon, que deixou de ser uma livraria virtual, para ser a loja de tudo. Como o Facebook, que vem comprando concorrentes à medida que enxerga a possibilidade de ser substituído. Ou mesmo o Google, que deixou de ser um buscador para praticamente ser dono de todo o ecossistema de anúncios online.
Na era digital, mudar não é uma opção, é uma obrigação.

- Você acredita que alguma dessas empresas pode retornar aos tempos de glória? Você investiria em alguma delas?
- Você considera que a inovação está no DNA da sua empresa? Como é o seu processo de inovação?
- Você acha que o mesmo que aconteceu com essas empresas pode acontecer com a sua? O que você faz para evitar?
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